O cultivo da mandioca é de grande relevância econômica como principal fonte de carboidratos para milhões de pessoas, essencialmente nos países em desenvolvimento. O Brasil possui aproximadamente dois milhões de hectares é um dos maiores produtores mundiais, com produção 23 milhões de toneladas de raízes frescas de mandioca.
A região Nordeste tradicionalmente caracteriza-se pelo sistema de policultivo, ou seja, mistura de mandioca com outras espécies alimentares de ciclo curto, principalmente feijão, milho e amendoim.
Atualmente a demanda de amido de mandioca (fécula) tem crescido de forma substancial, principalmente pelo setor industrial a exemplo da utilização de fécula na mistura de farinha de trigo para fabricação de pães, objetivando reduzir as importações de trigo, gerando divisas para o país.
A mandioca, Manihot esculenta Crantz, é uma planta perene, arbustiva, pertencente a família das Euforbiáceas. A parte mais importante da planta é a raiz. Rica em fécula, utilizadas na alimentação humana e animal ou como matéria prima para diversas indústrias. Originária do continente americano, provavelmente do Brasil, a mandioca já era cultivada pelos índios, por ocasião da descoberta do país.
CLIMA E SOLO
É cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação pluviométrica variável de 600 a 1.200 mm de chuvas bem distribuídas e uma temperatura média de em torno de 25ºC. Temperaturas inferiores a 15ºC prejudica o desenvolvimento vegetativo da planta. Pode ser cultivada em altitudes que variam de próximo ao nível do mar até mil metros. É bem tolerante à seca e possui ampla adaptação às mais variadas condições de clima e solo. Os solos mais recomendados são os profundos com textura média de boa drenagem. Deve-se evitar solos muito arenosos e os permanentemente alagados.
PLANTIO
Normalmente se recomenda o plantio de maio a outubro. Entretanto o plantio pode ser recomendado em qualquer época, desde que haja umidade suficiente para garantir a brotação das hastes.
O espaçamento é definido como a distância entre as fileiras de plantas e entre plantas na fileira e variam de 1,0m x 0,60m, em fileiras simples, e 2.0m x 0.60m x 0,60m em fileiras duplas. A posição do tolete na cova é horizontal a uma profundidade de cinco a dez centímetros, cobrindo-o com uma leve camada de terra.
ADUBAÇÃO E CALAGEM
Há evidência que a mandioca tolera as condições de acidez do solo. Entretanto, os solos devem ser escolhidos, preparados, corrigidos e adubados adequadamente, conforme os resultados de análise química. As adubações orgânicas e fosfatadas respondem de forma bastante positiva no aumento da produtividade.
TRATOS CULTURAIS
São recomendadas em média cinco capinas do mato, sendo três no primeiro ano e duas no segundo ano.
PRAGAS E DOENÇAS
As principais pragas são: mandarovás, ácaros, percevejo de renda, mosca branca, mosca do broto, broca do caule, cupins e formigas. As doenças mais comuns são: Podridão de raiz, Bacteriose, superbrotamento, viroses. Ao ser constatada qualquer alteração no estado fitossanitário, consultar o órgão competente mais próximo.
COLHEITA E RENDIMENTO
A colheita deve ser iniciada de acordo com o ciclo da variedade utilizada no plantio e é feita manualmente, através do arranquio das raízes. As raízes colhidas deverão ser processadas pela indústria durante as primeiras vinte e quatro horas, para não comprometer a qualidade dos seus produtos. A produtividade varia de acordo com as variedades utilizadas, espaçamento e os tratos culturais empregados na cultura. A produtividade média varia de 15 a 20 toneladas por hectare. O rendimento industrial varia de 25 a 30%, ou seja uma tonelada de raízes produz cerca de 300 quilos de farinha.
VARIEDADES
A cultura da mandioca apresenta uma grande variabilidade genética, possibilitando um grande número de variedades disponíveis para recomendação de plantio. As variedades são recomendadas de acordo com a finalidade de exploração. As principais cultivares recomendadas para a Bahia são: Cigana, Cidade Rica, Maragogipe, Manteiga, Saracura e Casca Roxa.
PRODUTOS
Os produtos das raízes para alimentação humana são a farinha, a fécula, o beiju, o carimã, dentre outros. A fécula é bastante utilizada nas indústrias de alimentos como em outras indústrias.
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