CAFÉ
O Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (Incor-USP) criou uma unidade de pesquisa especial: Café e Coração e pela primeira vez, no Brasil, é analisado a ação do café no organismo, comparando pessoas com doenças do coração, diabéticas ou saudáveis, sem nenhuma doença.
A pesquisa:
Sete voluntários, parte de um primeiro grupo de 27, dedicaram 70 dias à pesquisa com vidas em comum, mas perfis diferentes.
Antes dos primeiros exames, realizados no Incor, os voluntários precisaram reduzir a zero a cafeína no organismo. Uma "limpeza", que levou 21 dias. Foi retirado todos os produtos que contém cafeína: refrigerantes, chá mate, chocolates...
A regra era tomar três xícaras de café por dia, nos horários que eles escolhessem.
De volta ao Incor, os testes foram repetidos. Ainda é cedo para conclusões definitivas. "Hoje está claro que tomar café não leva a ter mais infarto. Em vários estudos europeus e americanos, isso começa a cair em termos de verdade. Já há evidências claras de que o aumento da pressão arterial em uma pessoa que toma café regularmente é discretíssimo. É diferente para o individuo que nunca tomou café e de repente toma duas grandes xícaras de café. Esse indivíduo pode se sentir mal, até ter elevação da pressão, taquicardia, porque ele não está acostumado ao café", esclarece o professor Luiz Antonio M. César, médico do Incor.
Segundo o coordenador da Unidade de Café e Coração, não houve mudanças nos níveis de colesterol dos voluntários. O que era esperado, porque, no café coado, a gordura é filtrada. E a pressão sanguínea deles ficou até um pouquinho mais baixa no período em que tomaram café. Houve também uma agradável surpresa.
"A cafeína isolada talvez não seja boa, mas o café não é só cafeína, tem centenas de outras substâncias. São estudos recentes que estão mudando a imagem do café", diz doutor Luiz Antonio M. César.
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